O surgimento
do termo de letramento no Brasil no meados dos anos 80, simultaneamente com
Portugal e França, com objetivos de sanar as dificuldades de leitura e escrita
e de integração das pessoas socialmente e no trabalho. A partir do conceito de alfabetizado
que vigorou até o censo de 1940, como aquele que declarasse saber ler e
escrever, o que era interpretado como capacidade de escrever o próprio nome: passando
pelo conceito de alfabetizado como aquele capaz de ler e escrever um bilhete
simples.
No decorrer
dos anos 1940 no Brasil, ocorreram algumas mudanças no concite de alfabetização,
fazendo que o individuo não tenha só aprendido a ler e a escrever, mas sim
fazendo o uso a leitura e da escrita. Os termos letramento e alfabetização se
confundem porque nos quadros das atuais concepções psicológicas, linguísticas e
psicolinguísticas da leitura e da escrita a entrada da criança no mundo da escrita
ocorre simultaneamente por esses dois processos: alfabetização e letramento. Não
são processos independentes, mas interdependentes. São
processos de natureza fundamentalmente diferente, envolvendo conhecimentos, habilidades
e competências específicos, que implicam formas de aprendizagem diferenciadas consequentemente,
procedimentos diferenciados de ensino.
Quando tratamos sobre desinvenção da alfabetização,
Magda Soares aponta a reorganização do sistema de ciclos como sendo uma das
causas do fracasso de aprendizagem. Devido a uma diluição ou uma
preterição de metas e objetivos a serem atingidos gradativamente ao longo do
processo de escolarização; o princípio da progressão continuada, que, mal
concebido e mal aplicado, pode resultar em descompromisso com o desenvolvimento.
Gradual e sistemático de habilidades, competências, conhecimentos.
Magda
Soares também fala sobre as falsas inferências e equívocos provocados pelo
construtivismo-socioconstrutivismo em relação à alfabetização, sobretudo no
momento atual, em que os equívocos e falsas inferências anteriormente
mencionados levaram alfabetização e letramento a se confundirem, com prevalência
deste último e perda de especificidade da primeira, o que se constitui como uma
das causas do fracasso em alfabetização que hoje ainda se verifica nas escolas
brasileiras, a distinção entre os dois processos e consequente recuperação da
especificidade da alfabetização tornam-se metodologicamente e até politicamente
convenientes, desde que essa distinção e a especificidade da alfabetização não
sejam entendidas como independência de um processo em relação ao outro, ou como
precedência de um em relação ao outro.
Ela
propõe que em primeiro lugar, a necessidade de reconhecimento da especificidade
da alfabetização, entendida como processo de aquisição e apropriação do sistema
da escrita, alfabético e ortográfico; em segundo lugar, e como decorrência, a
importância de que a alfabetização se desenvolva num contexto de letramento –
entendido este, no que se refere à etapa inicial da aprendizagem da escrita,
como a participação em eventos variados de leitura e de escrita, e o consequente
desenvolvimento de habilidades de uso da leitura e da escrita nas práticas sociais
que envolvem a língua escrita, e de atitudes positivas em relação a essas
práticas; em terceiro lugar, o reconhecimento de que tanto a alfabetização quanto
o letramento têm diferentes dimensões, ou facetas, a natureza de cada uma delas
demanda uma metodologia diferente, de modo que a aprendizagem inicial da língua
escrita exige múltiplas metodologias, algumas caracterizadas por ensino direto,
explícito e sistemático – particularmente a alfabetização, em suas diferentes
facetas – outras caracterizadas por ensino incidental, indireto e subordinado a
possibilidades e motivações das crianças; em quarto lugar, a necessidade de
rever e reformular a formação dos professores das séries iniciais do ensino
fundamental, de modo a torná-los capazes de enfrentar o grave e reiterado fracasso
escolar na aprendizagem inicial da língua escrita nas escolas brasileiras.
SOARES, Magda. Letramento e alfabetização: as muitas facetas. São Paulo, 2003. Disponível em:<https://mailtachment.googleusercontent.com/attachment/u/0/?ui=2&ik=a4dbe5a13b&view=att&th=13e19a0f066d120c&attid=0.1&disp=inline&safe=1&zw&saduie=AG9B_P8wjlfT59x8CmcVitzP_7h4&sadet=1366853385255&sads=0rXqn3KTjKLrw7k8cOWCWmP-lFs&sadssc=1 >.Acesso em: 24 abr. 2013. 20:35min.
SOARES, Magda. Letramento e alfabetização: as muitas facetas. São Paulo, 2003. Disponível em:<https://mailtachment.googleusercontent.com/attachment/u/0/?ui=2&ik=a4dbe5a13b&view=att&th=13e19a0f066d120c&attid=0.1&disp=inline&safe=1&zw&saduie=AG9B_P8wjlfT59x8CmcVitzP_7h4&sadet=1366853385255&sads=0rXqn3KTjKLrw7k8cOWCWmP-lFs&sadssc=1 >.Acesso em: 24 abr. 2013. 20:35min.
Muito bem!
ResponderExcluirLuara, estou por aqui....
bjs